Descrição
Na primeira década do Século XX, Monteiro Lobato escreveu carta com conteúdo racialmente ofensivo aos afrodescendentes brasileiros. No mesmo período, evidenciou simpatia pela ideologia eugenista, passando ao longo dos 20 anos posteriores, por algumas variáveis desta hoje quase superada (e odiosa) concepção. Alguns adjetivos pelos quais qualificava a Tia Nastácia, também foram arrolados como elementos de convicção.
A pergunta, a partir destes fatos, que há quase 20 anos frequenta estudos e mesmo ações judiciais, é uma só:
Afinal de contas, Lobato era racista?
O autor deste livro procura responder a esta indagação, que tem sua importância diretamente proporcional à enorme influência que o autor estudado exerceu e talvez ainda exerça, sobre gerações de brasileiros.
O ensaio que produziu, que abrange os fatos sobre o qual foram montadas a acusação, é totalmente baseado no pensamento e obras de Monteiro Lobato, adulta e a infantil.
Seu autor não foge dos fatos, tanto os que servem de apoio aos defensores de um lado, quanto aos do outro. Apenas que, para responda a pergunta que fez, coteja a resposta afirmativa (era racista) com o que chama de visão abrangente da obra lobatiana sobre suas manifestações expressas.
Ao final, faz parte da sua natureza, o autor não se furta de opinar, ainda que entendendo que sua opinião vale menos que o estudo realizado nas opiniões expressas, ao longo de toda sua vida, pelo criador de Emília de Rabicó.
Declara, de início, seu lugar de fala. Voraz leitor, desde seus cinco anos até hoje, do réu da acusação, considera que pode avaliar o pensamento do escritor com a mesma lucidez compreensiva de um filho que analise os eventuais defeitos de seu pai e mãe. Com olhar indulgente, mas lúcido e racional.
A palavra derradeira, a esse respeito, ficará com os leitores.